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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A LIÇÃO DA BIRRA


Antes de ser mãe, toda vez que via uma criança a plenos pulmões fazendo birra no meio do shopping ou em um restaurante, eu falava para quem quisesse ouvir: meus filhos nunca vão fazer isso. Sempre achei que fosse falta de pulso dos pais, excesso de dengo, de falta de disciplina, até… o meu filho dar um chilique daqueles em público. E não uma ou duas vezes, mas várias. Daqueles de deixar você com a cara no chão, morto de vergonha, procurando um lugar para se enfiar. Os olhares ao redor pareciam reproduções dos meus próprios alguns anos antes.

Não sou uma mãe carrasca, mas também estou longe de ser permissiva. Mesmo assim, nada impediu que o meu pequeno “anjinho” desse o seu showzinho. O que fazer nessa hora diante de tantos olhares inquisidores? Conversar? Como, se os gritos são tão altos que sua voz certamente não será ouvida? Gritar mais alto? E correr o risco de ser expulsa do lugar? Dar uma palmadinha? E acabar numa delegacia denunciada por abuso de menores?

Nesse exato momento, só quem é mãe (e pai) sabe o que é o sentimento de impotência — e frustração — absoluta. É aí que você percebe que não sabe nada sobre criação de criança e que questões como essa e tantas outras — tão simples de serem resolvidas aos olhos de quem está de fora — são verdadeiros cavalos de batalha a serem enfrentados todos os dias no universo maternal. E a constatação é inevitável: como pude ser tão idiota em julgar outros pais.

Virilhice de Mirella
Texto de Sibele Negromonte
Ilustração Patrícia Metola

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