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terça-feira, 18 de maio de 2010

FAMÍLIA TROLOLÓ

Meninas, escrevi esse texto há muitos anos no meu blog, da série: coisas que só acontecem com minha família!
Como é um texto real e divertido, achei que poderia trazer pra publicar aqui também.
Beijos a todas.



Bom, como de costume, fui passar minhas férias em Maceió. Na volta para Brasília aconteceu um fato bem inusitado, mas nada fora do comum pra família Trololó!! Fui pra lá com minha mãe, três sobrinhas de 14, 11 e 7 anos, e uma amiguinha da minha sobrinha mais velha, com a mesma idade dela, que acabou virando sobrinha honorária! Já dava pra notar que uma viagem de avião com quatro crianças a tiracolo não poderia ser tão normal, convenhamos!!

A confusão já começou antes de ir ao aeroporto. O horário do vôo era muito cedo e precisamos levantar as crianças de madrugada pra chegar na hora, estava todo mundo bêbado de sono, inclusive eu. Como era muita gente e muita mala, fomos obrigadas a fazer duas viagens. Resultado; chegamos em cima da hora, faltando praticamente uns 20 minutos para decolagem do avião. Só pra lembrar: as empresas aéreas recomendam, no mínimo, chegar com uma hora de antecedência!

Bem, deixe-me parar aqui para dar algumas informações importantes. Para quem não sabe, crianças desacompanhadas dos pais precisam de autorização do juizado de menor e documentação das pequenas em mãos pra viajar. Mas como já fizemos isso várias vezes com as meninas, toda documentação da turminha estava organizada desde a saída de Brasília pra Maceió, a fim de facilitar nossa vida. No caso das meninas maiores, cada uma guardaria sua passagem e documentos pois achamos que, devido a idade, elas já tinham responsabilidade para isso.

Pois bem, chegando ao aeroporto atrasadérrimas, aquela correria maluca, fomos direto pegar o cartão de embarque e despachar as malas. Na hora de entregar as passagens pedimos à minha sobrinha mais velha pra pegar a passagem dela e da amiga que estavam na sua bolsa. Para surpresa da minha mãe e minha ela disse: “Esqueci a bolsa em casa”. Ok, ela tinha esquecido as duas passagens em casa a 20 minutos de o avião levantar vôo. Tentando manter a calma e caindo de sono, pedi a senhora que estava nos atendendo para ver se era possível verificar as passagens no sistema para que não precisássemos do papel em mãos. Ela conseguiu e disse que só precisaria da documentação das crianças. Agora adivinhem onde estava toda documentação das crianças?? Isso mesmo, na bolsa que tinha ficado em casa!!

Ok, aparentemente o caos estava instalado, para os mais supersticiosos poderia até ser um sinal para que não viajássemos. Já para o meu chefe, que me esperava pra trabalhar no dia seguinte, não passaria de uma desculpa esfarrapada.

Como uma tia prevenida que sou, sempre ando com a certidão de nascimento autenticada das minhas sobrinhas na carteira. Metade do problema estava resolvido, mas ainda faltava o documento da amiguinha que estava na bendita bolsa. Como minha mãe é uma pessoa super tranqüila, ao saber que a amiga não tinha o documento em mãos, disse em um tom de voz um pouco alto: “ESSA NÃO! VOCÊ VAI FICAR ENTÃO FULANINHA, DEPOIS VOCÊ LIGA PRA SUA MÃE E EXPLICA!” Pasmem! Ela disse isso!! Claro que foi um pouco pra aterrorizar, dar um susto por elas serem desorganizadas. Mas alôôôu, cadê a psicologia infantil??

Na mesma hora a coitadinha da menina se pôs a chorar no meio do aeroporto, gritando que não queria ficar. Aos prantos, ajoelhou-se, abriu a própria mala e começou a tirar tudo de dentro dizendo que poderia ter uma cópia do documento no fundo da bolsa de viagem. Detalhe; o aeroporto estava lotado. Por favor, visualizem a cena! Depois de achar a bendita cópia, colocar tudo de volta na mala e despachá-la, corremos todas para sala de embarque aos berros de uma senhora que gritava no microfone que era a última chamada para o nosso vôo!

Eu pensei que precisaria de muito tempo longe de Maceió para esquecer o vexame, mas o pior ainda estava por vir.

Como se não bastassem todos os imprevistos, minha sobrinha de 11 anos deixou cair no chão uma maletinha com todas as suas pulseirinhas, brinquinhos e bugigangas que é possível caber em uma maletinha de uma criança de 11 anos. Isso tudo bem na hora que passávamos no detector de metal. Juntam-se todos os funcionários e seguranças do local para catar os badulaques e por na “abençoada” maletinha. Umas dez pessoas, somando a família Trololó, “de quatro” em pleno aeroporto. Uma cena patética, juro! E dá-lhe berros da mulher no microfone anunciando que era a última chamada! Recolhido tudo, atravessamos a sala de embarque, ABSOLUTAMENTE LOTADA, como um furacão, desses que arrastam casas e devastam plantações. Paramos na porta de vidro que estava trancada e vimos um avião começando a andar. Aos berros, socos e pontapés, pedíamos que alguém parasse o avião. Quatro crianças e duas adultas fazendo um escândalo digno de novela mexicana. Claro, a sala de embarque inteira nos olhando e sei lá pensando o que!

Num ato um tanto quanto consciente, mas igualmente desesperado, pedi à tchurma que me esperasse, porque eu voltaria na anti-sala para avisar que estávamos ali. Corri afoita e quase sem ar pedi a mocinha que ficava sentada em frente ao detector de metais para entrar em contato com alguém que pudesse impedir que o avião decolasse sem a família Trololó. Acho que a pulsação do meu coração parou por alguns segundos quando ela disse: “Calma senhora, o seu vôo ainda não partiu e todas essas pessoas que estão na sala de embarque vão viajar com vocês!!! Foram os segundos mais longos da minha vida, não sabia se fugia, se voltava pra casa e viajava outro dia ou se enfrentava o vexame e retornava para avisar àquelas cinco pobres pessoas que se espremiam contra uma porta de vidro que elas estavam cometendo o mico do ano. Bom, todos podem imaginar que os olhares durante o vôo não foram dos melhores mas, conseguimos viajar! O resultado? Faz um ano e meio que não volto a Maceió. Será que está bom já?
Um upe-hurra para a família Trololó!!

Virilhice de Angel (texto da própria)

3 comentários:

  1. Meu Deus, Angel, eu estou chorando de rir.
    Estou descontrolada. Nunca li uma história melhor. É porque eu fiquei aqui imaginando a cena, você na frente do avião gritando com várias coisas na mão, a amiguinha a sobrinha chorando e todos no aeroporto chocados olhando, kkkkk.
    Amei a história. Na próxima viagem quero ir também...
    Beijocas,

    Lella

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkk, to chorando de rir também , gata...nunca pensei q vc tivesse passado por issooo...AMEI, é bom saber que outras pessoas além de nós tambem passam por isso. Vc e a Mirella..sao identicas, estas histórias trágicas sao típicas da Mirella tb...ahahahahaha..... mas quem um dia na vida nunca passou por um sufoco desses??? Seria cômico se nao fosse trágico e deu uma excelente crônica, amiga!! É realmente cruel..e sua MÃEEEE, foi a melhor do planeta, tá?? É a cara dela fazer issooo ..kkkkkkkkk, terror e pânico, querida!! KKKK, to morrendo aqui, ainda mais conhcendo as figuras do evento, beijosss

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  3. Angel,
    Da próxima vez quero ir com vc, tô precisando de uma aventura dessas....adorei!!!! Deve ter sido uma cena impagável.

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